Data: 29 de julho de 2025
Fonte: O Globo

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira, 29 de julho de 2025, após ser incluída na lista vermelha da Interpol, o que a tornou procurada em 196 países. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Zambelli ser condenada a dez anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antes de sua detenção, Zambelli divulgou um vídeo nas redes sociais, compartilhado por seu advogado Fabio Pagnozzi, no qual criticou o ministro Moraes, chamando-o de “autoridade ditatorial” e expressando confiança no sistema judicial italiano. No vídeo, ela declarou:
“Vou me apresentar às autoridades italianas e estou muito segura de fazê-lo porque aqui nós ainda temos justiça e democracia, não temos um ditador no poder, não temos a autoridade ditatorial de Alexandre de Moraes e seus comparsas da Suprema Corte. Estou tranquila, calma, com o coração sereno de que aqui buscarei justiça para o meu caso. Quando eu disse que era intocável, é porque só Deus pode me tocar.”
Zambelli, que deixou o Brasil há dois meses, afirmou que não pretende retornar ao Brasil para cumprir a pena, insistindo em sua inocência e declarando que qualquer penalidade deveria ser cumprida na Itália, descrita por ela como um país “justo e democrático”. Ela afirmou:
“Eu não vou voltar para o Brasil para cumprir pena. Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, país justo ainda e democrático, mas estou segura de que, analisando todo o processo, de cabo a rabo, eles vão perceber que eu sou inocente. Eu não ordenei invasão ao CNJ.”
As autoridades italianas têm 48 horas para decidir o destino imediato de Zambelli, com opções que incluem extradição, prisão domiciliar ou libertação. A decisão sobre a extradição será tomada em uma audiência, mas, segundo fontes familiarizadas com o assunto, os trâmites podem ser demorados.